Haras São Jorge
O titular do haras baiano foi representado nesta matéria pelo seu filho e gerente do haras. Higino Francisco. 24 anos, corretor de leilões da raça. Ele conta que Luiz nasceu no ¡nterior e sempre gostou de montar, mas teve que se afastar dos cavalos aos oito anos, quando se mudou para Salvador em busca de uma vida melhor. "Ele ficou por um bom tempo longe do que ele mais gostava que eram suas andanças a cavalo", declarou Higino. Quando adulto e com uma vida financeira estável, acabou adquirindo um sítio em Salvador, em I993. “No sítio, ele montou uma estrutura para aconchegar a família nas férias escolares e nos finais de semana, foi aí que fez três baias e adquiriu três animais, entre eles Herdade Cadet, um Mangalarga Marchador filho de Herdade Cadilac, que sempre encantou com sua docilidade, andamento cômodo e beleza, Cadet chamava muita atenção e era sempre convidado para abrir as mais tradicionais cavalgadas da Bahia. Nesse momento, surgiu a paixão pela raça", conta. Luiz Francisco dos Santos se apaixonou pelo Mangalarga Marchador em I993, mas só no ano de 2006 se tornou um criador. A partir daí. Abençoado por São Jorge, ele começou um trabalho hoje reconhecido nacionalmente.
Família de “Franciscos”
Luiz Francisco, Lucimeire Francisca, Luiz Francisco Filho, Leonardo Francisco, Lucas Francisco, Jackson Francisco e Higino Francisco integram uma família baiana "arretada". Além de todos gostarem de montar e passar os fins de semana na fazenda, eles se unem nos negócios. "Minha irmã é a gerente financeira do haras. a única mulher da casa e a mais durona. meus irmãos cuidam de outra empresa e eu sou o gerente administrativo do haras". diz Higino.
Também fazem parte dessa família a equipe do Haras São Jorge, formada pelos treinadores, tratadores e veterinário. "A equipe de trabalho. como em qualquer empresa, é fundamental para seu sucesso. Sem uma equipe boa e afinada naquilo que faz nada acontece, e no Haras São Jorge não é diferente, a nossa equipe é afinada naquilo que faz e todos fazem com amor. é por isso que estamos colhendo os frutos de nossa dedicação", observa.
Criação em três pilares
Segundo Higino. a criação do Haras São jorge se define em três pilares: paixão. dedicação e amizade. "Sou apaixonado pela raça, me dedico pela evolução da minha tropa e em troca recebo grandes amizades. as maiores riquezas que o Mangalarga Marchador me deu", diz.
O trabalho realizado no haras consiste em preparo para a pista, transferência de embriões, vendas diretas e vendas em leilões. "Temos uma participação no leilão Axé da Marcha, que é nosso leilão de elite. Além disso. estamos trabalhando para realizar o leilão do Haras São Jorge e convidados”, conta.
A tropa São Jorge é formada por mais de 200 animais. Entre eles. I7 exemplares formam o time de pista. Destaque para Kid da Catímba. Pdrão do Marfim e Baronesa Saracura. Kid da Catímba fez 93 campeonatos no Haras São Jorge, consagrando-se Campeão Nacional neste ano. Pdrão do Marfim é o cavalo que mais ganhou como Campeão dos Campeões em exposições regionais, foram mais de 20 títulos, e Baronesa Saracura fez 90 titulos entre exposições regionais e nacionais.
De acordo com Higino. o Haras São Jorge valoriza o padrão da raça. "Eu sempre priorizei um animal marchador com temperamento de sela, comodidade, docilidade, equitação boa e com uma
morfologia dentro do padrão racial”, explica. Higino ainda faz questão de dizer que o haras se preocupa. antes de qualquer coisa com o bem estar da tropa.
Genética
Considerada essencial para o sucesso da tropa, Higino cuida, com a ajuda do veterinário Fernando Teixeira. dos cruzamentos. "A genética da raça é primordial para o avanço da tropa. É através da genética que você vai conseguir chegar o mais próximo possível de um cavalo ideal, e esse é um trabalho que eu gosto de fazer. Fico estudando as éguas que vou colocar com meus garanhões". diz.
Os cruzamentos mais acertados considerados por Higino foram Bruto e Cartucho do São Jorge (Torino Marimba x Quixote jasanã), Capricho do São Jorge (Torino Marimba × Espoleta do Planalto) e Celebridade do São Jorge (Torino Marimba x Hidraulica EAO).
O Haras São Jorge trabalha com transferência de embriões há três anos e considera o método eficaz e fundamental para o desenvolvimento da raça. "Tudo que vier para somar e melhorar nossa raça eu vou aderir. A transferência de embriões é um método que nos dá o prazer de ter em uma única estação de monta vários filhos de uma doadora. Além disso, facilita o acesso à genética de elite. Não tem como não se render a uma tecnologia que traz tantos benefícios salienta
Reconhecimento do trabalho
Segundo Higino Francisco. em seis anos de criação o Haras São Jorge conquistou quase 700 prêmios na raça. Entre eles, seis nacionais, sendo quatro no Campeonato Brasileiro de Marcha e dois na Expoagro Nacional. Na Expoagro da Bahia deste ano o haras de Luiz Francisco recebeu 29 troféus. entre eles o de melhor expositor e 2° melhor criador. "O resultado do Haras Sâo Jorge em pista nunca teve melhor. Em 2010 fomos o 1° do ranking baiano e 16° do ranking nacional. e este ano já somos o 2° do ranking parcial da Bahia". declara. orgulhoso.
Dos varios momentos importantes e emocionantes que já viveu. Higino destaca a Nacional deste ano. quando Kid da Catimba sagrou-se campeão nacional. “Foi uma emoção muito grande subir no pódio com nosso garanhão, eu me desmanchei em lagrimas". lembra.
Higino também se orgulha das crias da casa, animais com o sufixo "São Jorge" que estão se destacando nas pistas. São os campeões Cartucho do São Jorge, Créu do São Jorge, Bazuca do São Jorge. Bruto do São Jorge, Doti do São Jorge e Baiana do São Jorge. O desafio agora é fazer com que eles sejam campeões nacionais. "Eu tenho